NOVO DIA DAS REUNIÕES

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Reuniões APG-USP-RP - Segunda-Feira - 13:00 as 14:00 h
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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Retrospectiva 2012 - Auxilio para fazer folhas iniciais da tese


Serviço de Pós-Graduação da EERP em conjunto com a CPG desenvolveu uma ferramenta para gerar as páginas iniciais de dissertações e teses ( capa, folha de rosto, ficha catalográfica e folha de assinatura) visando a redução de erros detectados no depósito dos exemplares.

http://www.eerp.usp.br/gerar-folha-de-rosto/

retrospectiva 2012 - Saúde dos pós-graduandos


Depressão na Pós-Graduação e Pós-doutorado

O que fazer com os estudantes e cientistas que não conseguem estudar e pesquisar?
Sergio Arthuro (1)
A imagem de nós cientistas no senso comum, como estereotipada por Einstein, é que somos meio loucos. De fato, como revelado recentemente pela revista Nature, parece que realmente não temos uma boa saúde mental, dada a alta ocorrência de depressão entre pós-graduandos e pós-doutorandos.
Os pós-graduandos são os estudantes de mestrado e de doutorado, enquanto os pós-doutorandos são os recém doutores em aperfeiçoamento, que ainda não conseguiram um emprego estável. Os pós-doutorandos são comuns há muito tempo nos laboratórios da Europa e dos Estados Unidos, já no Brasil este é um fenômeno recente.
Segundo o texto, boa parte dos estudantes de pós-graduação que desenvolvem depressão foram ótimos estudantes na graduação. Lauren, doutoranda em química na Universidade do Reino Unido, começou com dificuldade em focar nas atividades acadêmicas, evoluiu com medo de apresentar a própria pesquisa, e terminou sem nem mesmo conseguir sair da cama. Felizmente, Lauren buscou ajuda e agora está terminando o seu doutorado, tendo seu caso relatado no site de ajuda Students Against Depression, cujo objetivo é “desenvolver a consciência de que a depressão não é uma falha pessoal ou uma fraqueza, mas sim uma condição séria que requer tratamento”, segundo a psicóloga Denise Meyer, que ajudou no desenvolvimento do site.
Para os cientistas em início de carreira, a competição no meio acadêmico pode levar a isolamento, ansiedade e insônia, que podem gerar depressão. Esta pode ser acentuada se o estudante de pós-graduação tiver problemas extracurriculares e/ou com seu orientador. Já que a depressão altera significativamente a capacidade de fazer julgamento racional, o deprimido perde a capacidade de se reconhecer como tal. Aqui, na minha opinião, o orientador tem um papel fundamental, mas que na prática não tenho observado muito: não se preocupar apenas com os resultados dos experimentos, mas também com a pessoa do estudante.
De acordo com o texto, os principais sinais de depressão são: a) inabilidade de assistir as aulas e/ou fazer pesquisa, b) dificuldade de concentração, c) diminuição da motivação, d) aumento da irritabilidade, e) mudança no apetite, f) dificuldades de interação social, g) problemas no sono, como dificuldade para dormir, insônia ou sono não restaurativo (a pessoa dorme muito mas acorda cansada e tem sono durante o dia).
Segundo o texto, a maioria das universidades não tem um serviço que possa ajudar os estudantes de pós-graduação. Não obstante, formas alternativas se mostraram relativamente eficazes. Por exemplo, mestrandos e doutorandos poderiam procurar ajuda em serviços oferecidos a alunos de graduação; já os pós-doutorandos poderiam tentar ajuda em serviços oferecidos a professores, sugerem os autores do texto. A maioria dos tratamentos requer apenas uma sessão em que são discutidas as dificuldades dos estudantes, além de sugestões de como manejar melhor a depressão. Uma das principais preocupações é com relação à confidencialidade, que deve ser quebrada apenas se o profissional sentir que o paciente tem chance iminente de ferir a si ou a outrem. Segundo Sharon Milgram, diretora do setor de treinamento e educação do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, “buscar ajuda é um sinal de força, e não de fraqueza”.
Devo admitir que o texto chamou minha atenção por me identificar com o tema, tanto na minha própria experiência, quanto na de vários colegas de pós-graduação que também enfrentaram problemas semelhantes. Acho que o sistema atual de pós-graduação tem falhas que podem aumentar os casos de depressão, como as descritas a seguir:

1- O próprio nome “Defesa” no caso do doutorado
Tem coisa mais agressiva que isso? Defesa pressupõe ataque, é isso mesmo que queremos? Algumas pessoas vão dizer que os ataques são às ideias e não às pessoas. Acho que isso acontece apenas no mundo ideal, porque na prática o limite entre as ideias e as pessoas que tiveram as ideias é muito tênue. Mas pior é nos países de língua espanhola, pois lá a banca é chamada de “tribunal”.

2- Avaliações pouco frequentes
Em vários casos, principalmente no começo do projeto, as avaliações são pouco frequentes, o que faz com que o desespero fique todo para o final. No meu caso, os últimos meses antes da “Defesa” foram os piores da minha vida, pois tive bastante insônia, vontade de desistir de tudo etc. Pior também foi ouvir das pessoas que poderiam me ajudar que aquilo era “normal” e que “fazia parte do processo”… Isso não aconteceu apenas comigo, mas com vários colegas de pós-graduação. Acho que para fazer ciência bem feita, como todo trabalho, tem que ser prazeroso, e acredito que avaliações mais frequentes podem evitar o estresse ao final do trabalho.

3 – Prazos pouco flexíveis
Cada vez mais me é claro que a ciência não é linear, e previsões geralmente são equivocadas. Dessa forma, acredito que não deveria haver nem mestrado nem doutorado com prazo fixo. O pós-graduando deveria ter bolsa por 5 anos para desenvolver sua pesquisa, e a cada ano elaboraria um relatório sobre suas atividades e resultados. Uma comissão deveria julgar esse relatório para ver se o estudante merece continuar. Como cada caso é um caso, em alguns casos, dois anos já seriam suficiente para ter um resultado que possa ser publicado num jornal científico de reputação. Isso daria ao cientista a possiblidade de bolsa por mais 5 anos, por exemplo, para ele continuar sua pesquisa. Em outros casos, 5 anos de trabalho não é suficiente, o que pode ser por causa da própria complexidade da pesquisa, ou outros motivos como atraso na importação de material etc. Nesse caso, acho que o estudante deveria ter pelo menos mais 3 anos de tolerância para poder concluir sua pesquisa, caso os relatórios anuais sejam aprovados, e o estudante comprove que não é por sua culpa que a pesquisa está demorando mais que o previsto.

Senti falta no texto uma discussão com relação ao fato de que para os futuros cientistas que ainda não tem um emprego definitivo, a ausência de estabilidade financeira é também um fator que contribui para o estado de humor dessa classe tão específica e especial de seres humanos.
(1) Médico, doutor em Psicobiologia e Divulgador Científico
Sugestão de Leitura

Gewin, V. (2012) Under a cloud: Depression is rife among graduate students and postdocs. Universities are working to get them the help they need. Nature 490, 299-301.

retrospectiva 2012 - Carrapatos

Universidade sofre com infestação de carrapatos e interdita pista de atletismo, em 
São Paulo


Divulgação/G1

A pista de atletismo do câmpus de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo foi interditada devido a uma infestação de carrapatos, que vêm se proliferando em diversos cantos da universidade. O acesso à pista está restrito e foi sinalizado com faixas ao redor. A existência dos insetos foi confirmada no último fim de semana, durante uma competição.
Segundo Sérgio Rodrigues, chefe do Centro de Educação Física, Esportes e Recreação (Cefer) da USP, a falta de chuvas na cidade proporcionou a infestação das pragas. "Para que isso não se torne prejudicial ao usuário, o câmpus achou por bem interditar até uma análise mais aprofundada", afirmou. A pista e outras áreas ao redor ficarão fechadas ao público para uma vistoria.
O campus de Ribeirão Preto da USP vem sofrendo desde janeiro e devido à infestação, e a rotina da universidade mudou consideravelmente. O parasita é um dos principais transmissores da febre maculosa que, se não tratada rapidamente, pode levar à morte.
 http://www.pop.com.br/popnews/noticias/poptrash/Universidade-sofre-com-infestacao-de-carrapatos-e-interdita-pista-de-atletismo-em-Sao-Paulo-836648.html

retrospectiva 2012 - desvalorização dos pós-graduandos


Valor de bolsas de pós-graduação cai 55% em 18 anos

Descontada a inflação, essa é a diferença entre o que era pago a mestrandos e doutorandos em 1994 e hoje; valor baixo desestimula busca por pesquisa

27 de agosto de 2012 | 3h 06

Um pesquisador brasileiro de mestrado e doutorado recebe hoje uma bolsa que não chega nem à metade, em valores corrigidos, dos montantes pagos em 1994, ano em que o Plano Real foi lançado. Em valores nominais, os benefícios dos pesquisadores até que tiveram aumento, mas a diferença vem à tona quando a inflação do período é descontada.
O cálculo foi realizado pela Associação de Pós-graduandos de Engenharia Elétrica da Universidade de Campinas (Unicamp), a Apogeeu. Pelos gráficos criados pela associação, as bolsas de doutorado em 1994, por exemplo, tinham um valor equivalente a R$ 4.400. No mestrado, esse valor seria de R$ 2.900. Hoje, as bolsas de mestrado e doutorado dos órgãos federais de fomento estão fixadas bem abaixo disso: em R$ 1.350 e R$ 2.000, respectivamente. A diferença é de cerca de 55%
Para que as bolsas não sofressem os efeitos da inflação, seria necessário que os reajustes ao longo do período fossem cerca de 60% maiores do que tiveram. O reajuste dessas bolsas nunca foi sistemático. Entre 1994 e 2003, os

 valores ficaram estagnados. Aumentos foram registrados em 2004, 2006 e 2008. Após quatro anos congeladas, as bolsas receberam um novo reajuste neste meio de ano.

As bolsas são essenciais para os pesquisadores, que não podem - e dependendo da pesquisa, sequer conseguiriam - trabalhar além da pesquisa. Além disso, é ela que garante que estudantes permaneçam na pesquisa e não sigam para o mercado. "Se eu fosse trabalhar, o salário base na minha área é de 8,5 salários mínimos (R$ 5.280). Pedir para família ajudar é constrangedor", diz o doutorando Alan Godoy Souza Mello, de 27 anos, diretor da Apogeeu.
Os pós-graduandos se baseiam no cumprimento do Plano Nacional de Pós-graduação feito em 2005, que previa um aumento de 50% nos valores das bolsas daquele ano. Corrigidos, são R$ 1.870 para mestrado e R$ 2.771 para doutorado. "Mas nossa reivindicação nem chega a isso, ela se baseia no cálculo a partir de 2010." (Mais informações nesta página.)
Prioridades. Mello ressalta a maior dificuldade em áreas como a engenharia. "O País está com dificuldade de preencher o número adequado de engenheiros para garantir o desenvolvimento, Não tem nem para o ensino superior, quanto mais para garantir a inovação. Um dos fatores é o valor das bolsas", diz ele, que realiza sua pesquisa na Unicamp na área de inteligência artificial. "A gente sabe que várias categorias estão pedindo reajustes, mas não dá para falar que houve ganho real em todos esses anos."
O Brasil formou 47 mil mestres e doutores em 2009, totalizando 176 mil titulados no País. Isso corresponde a 0,07% da população brasileira. Para alcançar as proporções dos países desenvolvidos seria necessário, no mínimo, multiplicar esse número por cinco, segundo a própria Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Na área de engenharia, a situação é ainda mais complexa. Calcula-se que o Brasil tenha um déficit de no mínimo 20 mil engenheiros. O número de matriculados em cursos de pós-graduação em engenharia não passa de 15%.
O presidente substituto da Capes, Livio Amaral, diz que existem estudos que mostram o quanto é crítica a dependência das áreas de engenharia e tecnologia para manter o crescimento econômico, mas ressalta que não há planos específicos. "Este cenário crítico é válido tanto para a graduação como para a pós, mas no momento não existem planos de aumento diferenciado nos valor das bolsas."
Sem política. O País, por meio da Capes e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), tem aumentado substancialmente o número de bolsas concedidas - elas cresceram mais de cinco vezes desde 1994. O aumento dos valores das bolsas, no entanto, depende dos orçamentos anuais e não há uma política que fixe reajuste.
Livio Amaral defende que as bolsas "não devem ser consideradas como salários, mas sim como investimento público na formação de recursos humanos qualificados". O investimento é bem-vindo, mas não tem sido suficiente para garantir o que o País precisa.
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,valor-de-bolsas-de-pos-graduacao-cai-55-em-18-anos-,922146,0.htm